segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Superficialidade

"Todos os dias tento refletir sobre mim. Repenso meus desejos para o futuro e analiso meu proceder ao longo da vida. Algumas vezes encontro, nessa reflexão, uma pessoa sensata, escrupulosa, mas também me deparo com um ser vazio e destituído de ações louváveis. Muitas vezes, me comparo á personalidades do passado, mas não vejo semelhanças, fico triste"
Creio que este estado de espírito não é apenas aplicável á uma pessoa, muitos de nós (seres humanos), buscamos prazer no consumo demasiado de bens materiais ou na estética por padrões pré-fixados na sociedade atual. Nossas ações,muitas vezes, estão somente concentradas em exibir aos outros o que possuímos ou não possuímos, o que temos ou não temos o que podemos ou não.
Mas na verdade somos superficiais. Isto não é direcionado somente á pessoas sem um intelecto distinto, muitos sábios são presas de atos tolos.Conheço inúmeras pessoas que criam ou aprendem algo para, apenas, sobressair-se á outras (vestibulandos?), não aplicando o conhecimento para o enriquecimento de sua, e apenas sua, alma,compram coisas para ofuscar o bem alheio, decoram suas vidas e escondem um interior lúgubre.
Com que frequência é possível encontrar pessoas que se importam com a idealizada "beleza interior"?Quando falo sobre beleza interior, é algo além do conhecimento em livros e da sabedoria do homem. Hoje compreendo a pergunta filosófica que meus professores sempre me incutiam: O que é felicidade?Você a possui? Felicidade é simplesmente o estado de nossa alma ao realizarmos nossos desejos mais íntimos (independentemente da influência superficial que já os demostrei).
Nosso "exoesqueleto" atrapalha nossa felicidade, machuca nossas almas -sim, estou muito sentimental, mas de que maneira posso me expressar, se não poeticamente?-
Uma situação que demonstra uma vida vazia é a seguinte: Maria é uma garota pobre.Resolveu ser bem sucedida.Prestou vestibular,passou. Fez um curso de alto retorno financeiro, se formou, ganhou bem, se casou, teve filhos, comprou imóveis e automóveis e, finalmente, morreu.
Porventura estou eu querendo criticar as pessoas que ascendem na vida? Não, muito pelo contrário.
Se Maria escolheu o curso apenas pelo retorno financeiro e não é feliz no que trabalha, está exercendo sua superficialidade.Se Maria começou a namorar apenas para mostrar aos outros que não ficará só nos feriados: morreu infeliz, porque talvez não amasse realmente a pessoa que estava disposta a viver. Maria representou a vida de muitas pessoas de nossa sociedade, desde que status sobressaiu-se ao estado satisfatório da alma, vários seres humanos procedem de maneira semelhante para ter seu lugar no Universo.
A pergunta maior é a seguinte: Estamos errando na nossa maneira de agir então? Não sei, que sou eu para criticar de algo tão próprio de nossa existência? Este texto mal redigido só tem a função de fazer refletir.
Talvez agimos assim porque ações globais pedem reações de nossa parte. Digo isto com propriedade, porque passei grande parte de minha vida tentando ser a mais intelectual, para compensar o preconceito de minha estética e condição social. Minha sabedoria não era para mim, era uma arma de vingança.